sábado, 9 de maio de 2015

Berlim, Julho de 1945

Vídeo restaurado, com gravações inéditas, revela vida e destruição na Berlim pós-guerraHá 70 anos, a Segunda Guerra Mundial chegava ao fim...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

19 Lições dos Samurais para Alavancar sua Carreira


Esses homens formavam a elite guerreira de senhores feudais no Japão há mais de 10 séculos e sua função foi oficialmente extinta em 1876. Eram extremamente hábeis no manejo da espada e seguidores de um rígido código de ética que colocava a disciplina, a obediência e a coragem como valores maiores do que a própria vida. Hoje seus ensinamentos são mantidos vivos e usados em diversas áreas, da prática esportiva à administração de empresas. 

"É consenso geral que o mundo moderno carece de valores. Mais que isso, o mundo carece de mestres. Precisamos de valores, pensamentos e filosofia de vida que nos orientem para sermos cada dia melhores e mais vencedores, e, principalmente, mais felizes", afirma o mestre Sensei Jorge Kishikawa, fundador do Instituto Cultural Niten, em 1993. 

Principal introdutor das artes samurais no Brasil, chamadas Kobudo, Kishikawa ministra palestras sobre o Kir empresarial, método desenvolvido por ele e que aplica os princípios da espada samurai em empresas de grande porte. Nenhum desses ensinamentos, porém, passa a mão na cabeça ou apoia pessoas que falharam na função. Afinal, não são atitudes que condizem com um samurai. Kishikawa escreveu o livro Shin Hagakure, manual imprescindível para a formação do samurai moderno. 

Jorge Kishikawa um verdadeiro mestre samurai que passa aos seus discípulos a filosofia milenar de como vencer, aplica os ensinamentos da espada samurai em empresas de grande porte.

Em algumas cidades brasileiras comemora-se nesta sexta, dia 24, o Dia do Samurai. A data coincide com o aniversário de Kishikawa, que completa 46 anos e é autor do livro Shinhagakure - Pensamentos de um Samurai Moderno , publicado pela Conrad Livros. 
Confira 19 ensinamentos do mestre tirados do Bushido, código de ética dos samurais. 

1 - Espírito 
Infortúnios poderão ocorrer durante nossa jornada. O que quero dizer com "espírito" é a disposição do coração, do sentimento, do "fazer" em relação a nossa jornada. Muitas coisas podem acontecer, mas nenhuma delas poderá abalar seu ishin, seu único espírito. 

2 - Não fale, ouça 
Quando ensino, não costumo dar voltas. Acho perda de tempo. Se você está aí, na minha frente, é para aprender. Existem alunos que, ao serem corrigidos ou alertados quanto à determinada técnica, começam a falar. Respondem, explicam, concordam (alguns até discordam), comentam, enfim, falam, falam, falam. O que me irrita muito. O aprendizado do Bushido é simples: ouvir, refletir! Não me façam perder tempo, vamos à execução! 

3 - Lição número 1 da arte da guerra 
Afastar os indecisos, inseguros ou confusos antes de iniciar os planos. Não perder tempo elaborando planos mirabolantes ao lado de possíveis desertores, traidores ou loucos que poderão desviar os planos. 

4 - Discernir o que é importante do que não é 
Já disse aos meus alunos que não respondo a perguntas tolas e que não tenham utilidade nos dias de hoje. Há muitas coisas mais importantes a estudar. Por exemplo, como não perder o seu emprego. 

5 - Manter o espírito de combate 
Alguns pensam: "Quando já alcançamos nossos objetivos, não precisamos mais do espírito de combate". Entretanto, apesar de já possuirmos o que queríamos, também é fundamental manter o que foi conquistado. É quando sobrevém a preguiça, a tentação e a fraqueza. 

6 - Uso do tempo 
Durante a manhã, concentre-se em decidir a estratégia a se adotar. Durante a outra metade do dia, concentrar-se em executar. 

7 - O que importa é que você falhou e não o quanto você se empenhou 
Em uma batalha, todos se esforçam em busca das vitórias. Ao cometer falhas, exigir que o superior compreenda e tenha sentimentos é incoerente para o samurai. No meio da zona de combate, aquele que clama por atenção ou reconhecimento torna-se um empecilho ao bom andamento do grupo. Esses indivíduos em geral choram ou abandonam seus postos, atrasando todo o andamento da guerra. Deve-se assumir prontamente o erro e responsabilizar-se pelas perdas e danos, independentemente do tamanho do seu esforço. 

8 - Guerreiro ou Flor 
Coitadinhos ou coitadinhas não devem ir a campo de batalha. Só atrapalham. Alguém gostaria de ter um samurai chorando no meio da batalha? Tendo crise de nervos? Com depressão? Ou precisando de um cafuné? Sendo tão inofensivo que não suporte um comando enérgico ou uma advertência verbal? Este não é um guerreiro. É uma flor. Deve estar num vaso e servir de ornamento para ninguém tocar. Não resiste a mais leve brisa da manhã. 

9 - Limpe e te direi quem és 
Existem em nossa casa samurais que vêm de todas as regiões do Brasil a fim de realizar o shugyo, treinamento intensivo que visa à iluminação na técnica e no espírito. Em outras palavras, recuperar o potencial humano. A limpeza é a primeira tarefa que executam. Cozinha, banheiro, quintal. Independentemente de ser estudante ou doutor, pobre ou rico, presidente ou porteiro, todos fazem a limpeza. Com a limpeza, pode-se conhecer o caráter daquele que chega a nossa casa. A limpeza manifesta nossa vontade, nossa atenção e nossa paciência. 

10 - Limpar o jardim 
Já disse que a primeira tarefa que o aluno deve fazer é a limpeza. Para aprenderem que os afazeres de pouca importância devem ser levados a sério. Para que não comecem a crescer ervas daninhas no jardim do espírito. É nesse momento, quando existe uma brecha aberta ao inimigo, que o castelo cai em ruína. 

11 - Melhorar no que faz dá mais lucro que retaliar concorrentes 
Você dirá que o concorrente vive tentando lhe passar a perna e criticando o seu trabalho. Enquanto ele critica, gaste seu tempo aperfeiçoando-se. Deixe-o perder tempo e busque você a perfeição. Quando chegar a um estágio elevado de perfeição, poderá aniquilá-lo com o golpe perfeito. Talvez ele nem seja páreo para se chamar concorrente. 

12 - Não descanse. Não adianta nada 
As pessoas sempre adiam seus projetos por falta de tempo. Estão sempre dizendo: "Quando entrar em férias, farei isso, farei aquilo". Chegam as férias, mas nada acontece. Na verdade, conseguimos realizar mais feitos quando estamos em guerra. Digo aos meus alunos. "Hora de lutar, lutar. Hora de descansar, descansar". Se você personifica a imagem do samurai moderno, não descanse em guerra. 

13 - Não existem limites quando se olha para cima ou para baixo 
Minha bisavó me deixou alguns pensamentos e, entre outros, o que mais me ajudou a ser feliz é o seguinte: "Não existem limites quando se olha para cima ou para baixo". Trocando em miúdos, esse ensinamento quer dizer que na vida não adianta ambicionar ser o mais rico ou o melhor. Sempre haverá pessoas mais ricas e mais poderosas que você. Não ambicione demais, o céu não tem limites. Por outro lado, não fique lamentando que sua vida é a pior entre a de todos os seres. Sempre existirão pessoas mais pobres e infelizes que você. Por isso, não se dê o direito de chorar achando que é um coitado. Apenas lute incessantemente. De corpo e alma. 

14 - O chefe não move um dedo para escanear 
A frase acima foi dita por uma das alunas quando ela discutia a postura de seus antigos chefes. Há bons líderes e maus líderes. Obviamente, existem várias formas de conduzir um grupo ou uma organização. Em um sistema em que prevalece o Bushido, as funções de cada um são bem claras. Quando não são, o sentimento de servir ao seu senhor deve prevalecer, para contornar qualquer problema. Desde que haja um samurai na empresa, sempre haverá alguém que estará 24 horas lutando por ela. O samurai líder não deve estar entretido com detalhes e ações específicas. O samurai líder deve se dedicar integralmente à criação, elaboração, planejamento e acompanhamento da estratégia. A execução sim, deve ser feita por seus subalternos. O chefe move ideias para lhe manter no emprego. 

15 - Comprometimento 
Existem quatro coisas que não voltam atrás: 
- A pedra depois de solta 
- A oportunidade depois de perdida 
- O tempo depois de passado 
- A palavra depois de proferida 
O guerreiro não tem duas palavras. Se prometer, o samurai deverá cumprir o que disse a todo o custo. No início, a pessoa tem empolgação e fala muita coisa. No meio, fica cansada ou a situação se complica. No fim, volta atrás e pede desculpas. Os mais sem vergonha nem pedem desculpas. Acusam os outros e acham que está tudo resolvido. 

16 - Não esquecer o espírito do iniciante 
Principalmente nos momentos de cansaço ou na hora de levar bronca, as pessoas se esquecem do primeiro dia de combate. O foco e os objetivos são lançados ralo abaixo e o guerreiro desiste. Quando são repreendidos, frequentemente largam a bandeira da luta, abandonam derrotados seu posto e seu grupo, dizendo-se injustiçados, quando na realidade os sentimentos de egoísmo, desejo de ser reconhecido, ódio ou medo são os verdadeiros motivos. Justa ou injustamente repreendidos, aí é que entra o autocontrole para enxergar com sabedoria as consequências de desertar na guerra. Lembre-se dos motivos que o levaram ao combate. Intempéries e adversidades de todos os tipos surgem no decorrer de uma longa batalha. Nesse momento, o samurai deve ter a convicção do porquê estar ali. 

17 - O vento sopra mais forte no alto da montanha 
Quando se está na base, ninguém o vê. Quando se está no alto, todos o vêem. E o vento sopra mais forte. Para manter-se intacto, o samurai deve continuar sua prece diária e o seu treinamento. Somente assim o samurai conseguirá vencer o maior dos furacões. 

18 - Seguir os dois caminhos 
Em geral, o que acontece é as pessoas somente buscarem o Bun (a pena), sem exercitarem o Bu (prática guerreira). São os letrados e tecnocratas. Ou exercitam o Bu sem o devido estudo e busca do autoconhecimento. São os bárbaros e animais. O samurai deve praticar o Ni Do (os dois caminhos). Não adianta somente buscar leituras e não executar o outro lado, a prática guerreira. Também não adianta somente lutar e não estudar absolutamente nada. Nem letrado, nem bárbaro. 

19 - Não carregue um fardo 
Chegar ao local na hora do combate é um dos passos para sair derrotado. Se o expediente e às 9h, deve-se chegar às 8h45. É assim que deve agir o samurai moderno. Aquele que chega às 9h vai começar a luta às 9h15. E se sair às 17h, já baixou a guarda às 16h45. Este não está com a atenção voltada para vencer a guerra. Não é um samurai. Está carregando um fardo.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Iniciativa e o Poder da Acabativa por Kanitz


" Isto é um teste de personalidade que poderá alterar a sua vida, portanto, preste muita atenção!
Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas ideias. Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca. 
Acabativa é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram, é a capacidade de colocar em prática uma ideia e levá-la até o fim.
Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos – sem contar os burocratas.
* Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na ideia e vai a campo implantá-la;
* Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
* Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria, não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.

Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno, empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta e limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las, é por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores – entre os quais me incluo –  morrem pobres. 
Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas próprias ideias teria parado no Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as ideias dos outros – dizem as más línguas que até copiou algumas. Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa.
Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma ideia, e não para quem a teve. Uma ideia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.
Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas ideias.
Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução. Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil. Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.

Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal conviverão às turras, quando deveriam unir-se.
Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo. Há um ditado chinês, “Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe” – muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames."

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Editora Abril, Revista Veja, edição 1572, ano 31, nº 45, 11 de novembro de 1998, página 22.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Nike, a Deusa da Vitória e a Origem da Maratona


Na mitologia grega, Nike (ou Nice) era uma deusa grega que personificava a vitória, o triunfo e a glória. Representada como uma mulher alada, era considerada como fonte de boa sorte a todos os atletas e guerreiros. Era representada sempre ao lado de Athena, a deusa da sabedoria, da estratégia e das habilidades, dando a certeza de que as deusas juntas, ajudariam a obter a vitória nas batalhas travadas. Os atenienses tinham especial devoção por esta deusa e ergueram templos em sua honra para assinalar as vitórias e conquistas militares.

Consta que no ano de 490 a.C. os Atenienses, quando ganharam a Batalha de Maratona, enviaram o seu melhor corredor, de nome Filípides, para levar a notícia da vitória  até à cidade de Atenas. A velocidade era urgente pois os Persas haviam jurado que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, destruiriam a cidade, violariam as mulheres e torturariam até à morte todos os gregos que encontrassem.

Diante dessa ameaça, os soldados gregos combinaram com suas esposas que, se não recebessem a notícia da vitória em 24 horas, todos deviam suicidar, evitando colocar os seus destinos nas mãos dos Persas. Os gregos ganharam a batalha, mas a luta iria demorar ainda mais tempo e eles temiam que elas executassem o plano. Por isso enviaram Filípides, que era o melhor atleta de Atenas, para dar a notícia. O mensageiro percorreu cerca de 42 km que separavam Maratona de Atenas, uma razão para a distância da atual prova olímpica da maratona. O grande corredor só parou quando chegou à Acrópole, o lugar mais alto e importante da cidade grega. Do alto ele gritou: Nike! Nike! Nike! - anunciando assim aos atenienses que tinham ganho a batalha contra os Persas - e caiu morto provavelmente por exaustão e desidratação.  
Ainda hoje Filípides é homenageado pelo corredor que carrega a tocha para acender a pira que antecede os jogos olímpicos.

No século passado a marca Norte-americana Nike foi criada por inspiração e alusão direta à Deusa grega da Vitória, obtendo dela o seu nome e o seu símbolo que é alusivo às asas dessa divindade. Para além dessas explicações, também era comum na antiguidade utilizar como saudação ou gesto de vitória um sinal que se fazia com a mão aberta unindo todos dedos à exceção do polegar, formando uma espécie de V assimétrico, algo muito parecido com o atual símbolo da conhecida marca esportiva.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Você tem sede de que?


Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Pra aliviar a dor...

A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...

Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...


Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Juízo Final



Chegou o miserável milionário no céu e, impacientemente, esperou a sua vez de ser julgado. Introduziram-no numa sala, noutra sala, noutra sala, até que se viu frente a uma luz ofuscante, na qual pouco a pouco foi distinguindo a figura santa do pai dos Homens. Em voz tonitroante este, tendo à direita, Pedro, e, à esquerda, uma figura que ele não conhecia, julgou sumariamente dois outros pecadores que estavam à sua frente. E, afinal, dirigiu-se a ele: 
- Que fez você de bom na sua vida ? 
- Bem, eu nasci, cresci, amei, casei, tive filhos, vivi. 
- Ora - disse o Senhor - isso são atos sociais e biológicos a que você estava destinado. Quero saber que bondade específica e determinada você teve para com o seu semelhante. 
- Bem - disse o milionário - eu criei indústrias, comprei fazendas, dei emprego a muita gente, melhorei as condições sociais de muita gente. 
- Não, isso não serve - disse o Todo-Poderoso - essas ações estavam implícitas ao ato de você enriquecer. Você as praticou porque precisava viver melhor. Não foram intrinsecamente boas ações, desprendidas, não servem. 
O milionário escarafunchou o cérebro e não encontrou nada. Em verdade, passara uma vida egoísta, pensando apenas em si mesmo. Nunca o preocupara seu semelhante, nunca olhara para o ser humano a seu lado senão como uma fonte de lucro para as suas indústrias. Mas, de repente, lembrou-se das obras de filantropia. 
- Ah - disse, puxando uma caderneta - aqui está. Uma vez dei cem cruzeiros para uma velhinha da Casa dos Artistas, outra vez contribuí com duzentos cruzeiros para o Hospital dos Alienados e outra vez contribuí com quinhentos cruzeiros para a Fundação das Operárias de Jesus. 
- Só ? - perguntou Deus. 
- Só - disse o milionário contrafeito. 
- Josué! - gritou o Todo-Poderoso -, dê oitocentos cruzeiros ao cavalheiro aqui e que vá para o Inferno. 
Moral: Amor com amor se paga e o dinheiro com dinheiro também

Millôr Fernandes, in "Pif-Paf" 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Esse dia foi foda...

© AKG Images

Manifestação anti-nazista (NSDAP) no Berlin Lustgarten (Jardim dos Prazeres) em março de 1932, 4 meses antes das eleições. 

crise da Bolsa de Nova Iorque, iniciada em outubro de 1929, teve efeito catastrófico na Alemanha. De repente, cessou todo ingresso de capitais estrangeiros e as portas do comércio internacional foram abruptamente fechadas. A fragilidade da economia alemã ficava assim claramente demonstrada. Centenas de indústrias faliram e o índice de desemprego explodiu. No início de 1932 já existiam mais de 6 milhões de desempregados, o que representava cerca de um terço da força de trabalho.
Os votos que os nazistas receberam nas eleições de 1932 estabeleceu o Partido Nazista como a maior facção parlamentar do governo da República de Weimar. Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha em 30 de janeiro de 1933.