sexta-feira, 21 de abril de 2023

Tabacaria


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Trecho de “Tabacaria”, de Fernando Pessoa.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

A Sombra da Loucura

Era uma noite gélida em Paris, no século 15, quando um jovem filósofo chamado Quasimodo caminhava pelas ruas escuras e estreitas da cidade. Ele estava absorto em seus pensamentos, refletindo sobre a natureza da existência e o propósito da vida.

De repente, algo estranho aconteceu. Quasimodo viu uma figura sombria e misteriosa se aproximando dele. A figura parecia estar envolta em sombras, seu rosto estava oculto em uma capa escura e em sua mão um candeeiro.

Quasimodo se perguntou se estava sonhando ou se finalmente sua mente havia o levado a lugares insondáveis. Mas a figura sombria se aproximou ainda mais, e Quasimodo pôde sentir sua presença assustadora e sobrenatural.

"Ao que devo a honra de sua visita?" perguntou Quasimodo, com sua voz trêmula de medo e curiosidade.

A figura sombria não respondeu. Em vez disso, ela apontou para uma pequena loja de antiguidades, que Quasimodo nunca havia notado antes. A loja parecia abandonada e desolada, mas algo estranho e inexplicável atraía Quasimodo para dentro.

Ele entrou na loja e sentiu imediatamente uma sensação estranha e opressiva. A loja estava repleta de objetos antigos e misteriosos, cada um contendo uma história estranha e sombria. Quasimodo sentiu como se estivesse em outro mundo, um mundo onde a lógica não se aplicava, seu corpo não parava de tremer de medo, ao mesmo tempo em que o confortava, um misto inexplicável de sensações inéditas.

Enquanto caminhava pela loja, Quasimodo fora levado por seus instintos até um livro antigo e mofado em uma prateleira empoeirada. O livro era escrito em uma língua estranha e desconhecida, mas Quasimodo sentiu um impulso irresistível de lê-lo.

Ele começou a ler o livro, e a cada página que virava, sentia-se mais e mais imerso em um mundo paralelo e sombrio. Ele não conseguia mais distinguir a realidade da ficção, seus pensamentos começaram a se confundir em uma neblina confusa e perigosa. Sentiu uma dormência estranha em seu corpo e parecia não estar mais fisicamente ali.

Quando Quasimodo finalmente levantou os olhos do livro, percebeu que a loja estava desaparecendo diante de seus olhos. Ele se encontrava agora em um lugar estranho e desconhecido, onde as leis da física e da razão não se aplicavam, Quasimodo não sentia mais emoção alguma e mal se reconhecia como pessoa. Perdeu totalmente o controle de sua mente e o vazio do desconhecido o tomou completamente.

Em sua mente não se passava absolutamente nada, porém em seu coração existia um questionamento instintivo,  aquela última gota de sanidade que não pertencia ao seu corpo físico, mas à alma. A questão era se algum dia encontraria o caminho de volta para casa, ou se estava fadado a vagar para sempre em um universo de vazio, solidão e loucura, mas que ao mesmo tempo o confortava e o abraçava como nunca mais havia sentido desde que saiu da barriga de sua mãe.

Teria Quasimodo tomado a decisão certa ao entrar na loja, influenciado pela figura sórdida e seu desejo insaciável por conhecimento?

O Pândego Proferia Loquazmente suas Tiradas Jocosas


O pândego caminhava pela noite,
Com um riso que ecoava em gritos e alvoroço,
Sua língua era como um trovão ensurdecedor,
Que desferia palavras de diversão e horror.

De vielas escuras a cemitérios ele ia,
Sua gargalhada era um lamento que arrepia,
Era o palhaço dos lugares mais inusitados,
Que provocava arrepios e risadas nos renegados.

Ele proferia suas tiradas sarcásticas,
Com uma eloquência que parecia fantástica,
Mas não havia nada de maldade ou malícia,
Era simplesmente sua forma de fazer alegria.

Seu humor era como uma doença contagiosa,
Que envolvia as almas mais dolorosas,
Era como se o mundo se cobrisse de confusão,
Quando o pândego começasse a falar e a despejar sua visão.

Seu sorriso era como uma lua crescente,
Que iluminava a todos, mas era fria e desolada,
E assim ele seguia, com seu dom de afligir,
Um verdadeiro tormento, para todos que ousassem ouvir.


Conhecimento é Poder!

 

"O conhecimento é poder." - Francis Bacon


Conhecimento é poder,

disse Bacon com razão,

pois saber é crescer,

e crescer é evoluir então.

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O conhecimento nos faz livres,

desvendando mistérios e segredos,

iluminando nossas mentes,

e nos tornando mais complexos.

-

Cada livro que se lê,

cada aula que se assiste,

um novo mundo se revela,

um horizonte se amplia então.

-

Com o conhecimento em mãos,

podemos enfrentar desafios,

solucionar problemas complexos,

e traçar novos caminhos.

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Por isso, não se canse de aprender,

não se limite ao que se sabe,

pois o conhecimento é um tesouro,

que sempre vale a pena buscar.

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A Epistemologia do Erro: uma reflexão sobre como o erro pode ser uma fonte de conhecimento e como isso afeta nossa compreensão da verdade e da certeza.

    A epistemologia do erro é um campo de estudo que explora a relação entre o erro e o conhecimento. Tradicionalmente, o erro é visto como algo negativo e prejudicial para a busca pela verdade e certeza. No entanto, alguns filósofos argumentam que o erro pode ser uma fonte valiosa de conhecimento e crescimento.

Ao cometer erros, somos forçados a questionar nossas suposições e teorias, o que pode levar a uma compreensão mais profunda e precisa da realidade. Além disso, o erro pode nos ajudar a desenvolver habilidades como a resiliência e a criatividade, que são fundamentais para o sucesso em qualquer empreendimento.

A reflexão sobre a epistemologia do erro nos lembra que a verdade e a certeza são conceitos complexos e multifacetados. Nem sempre é fácil distinguir entre o que é verdadeiro e o que é falso, e o erro pode ser uma parte importante da jornada rumo à verdade e ao conhecimento.

É importante lembrar que o medo do erro muitas vezes nos impede de experimentar coisas novas e de explorar novos caminhos. Ao adotar uma abordagem mais positiva em relação ao erro, podemos liberar nossa criatividade e descobrir novas possibilidades.

Em vez de temer o erro, devemos abraçá-lo como uma oportunidade de aprender e crescer. Afinal, os maiores avanços da história da humanidade foram alcançados graças à coragem e à determinação de indivíduos que estavam dispostos a arriscar e a cometer erros.

Então, ao invés de buscar apenas a verdade e a certeza, devemos buscar uma relação saudável com o erro, reconhecendo seu potencial para nos ajudar a alcançar novas alturas. Quando abraçamos a epistemologia do erro, abrimos um mundo de possibilidades para a descoberta e o crescimento.

A Ontologia do Nada: uma exploração do conceito de "nada" e de como ele se relaciona com a existência e a realidade objetiva.

    A ontologia do nada é um tópico complexo e fascinante que questiona a existência do "nada" e como isso se relaciona com a realidade objetiva. O nada é frequentemente definido como a ausência de qualquer coisa ou substância, mas a questão é se o nada realmente existe ou se é apenas uma construção mental.

Alguns filósofos argumentam que o nada não existe de fato, mas é apenas uma construção mental que usamos para contrastar com a existência. Outros argumentam que o nada é uma entidade real, mas é difícil de definir e compreender, pois é uma ausência de qualquer coisa tangível.

Independentemente da definição exata do nada, a ontologia do nada nos lembra que a realidade objetiva é complexa e multifacetada. Às vezes, precisamos de conceitos abstratos como o nada para entender melhor a existência e a realidade objetiva.

No entanto, a mera ideia de um vazio absoluto pode causar um profundo desconforto existencial. Afinal, se o nada é de fato uma entidade real, isso significa que em algum momento podemos ser confrontados com o abismo do nada absoluto. E se o nada é apenas uma construção mental, isso levanta questionamentos perturbadores sobre a validade de nossas próprias percepções e entendimentos sobre a realidade objetiva.

Ademais, a ontologia do nada também pode desafiar nossas crenças mais profundas sobre o universo e nossa existência nele. Se o nada não é simplesmente a ausência de qualquer coisa, mas sim uma entidade real ou uma construção mental complexa, isso pode colocar em questão a ideia de que a existência em si é um fenômeno absoluto e incontestável.

Em suma, a ontologia do nada é um campo de estudo fascinante e perturbador que nos lembra da complexidade e ambiguidade inerentes à realidade objetiva.

A Filosofia do Caos e da Ordem: uma discussão sobre como a ordem e o caos se relacionam e como isso afeta nossa compreensão do mundo e da existência.

A ordem e o caos são conceitos fundamentais em filosofia, ciência e na vida em geral. A ordem representa a estabilidade, a previsibilidade e a harmonia, enquanto o caos representa a imprevisibilidade, a desordem e a incerteza.

A relação entre a ordem e o caos é complexa e multifacetada. Por um lado, a ordem pode ser vista como uma resposta ao caos. Quando as coisas ficam fora de controle, buscamos restaurar a ordem e a estabilidade. Por outro lado, o caos pode ser visto como uma fonte de criatividade e inovação. Quando as coisas são previsíveis e estáveis demais, o caos pode nos fornecer a chama necessária para a mudança.

A filosofia do caos e da ordem nos ensina que a vida é uma mistura de ordem e caos, e que ambos são necessários para a existência e o progresso. A ordem nos fornece uma estrutura para viver nossas vidas, enquanto o caos nos desafia a crescer e evoluir.

O filósofo grego Heráclito acreditava que "tudo flui" e que a mudança é constante e inevitável na vida. Ele disse: "O caminho para cima e o caminho para baixo são um e o mesmo".

Por outro lado, o filósofo chinês Lao Tzu acreditava que a ordem é a chave para a felicidade e a harmonia. Ele disse: "A ordem é a lei da natureza. Quando seguimos a ordem, somos capazes de viver em harmonia com o universo".

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche acreditava que o caos é necessário para a criação e a evolução. Ele disse: "O caos é a estrela que dá à luz uma nova galáxia".

Já o filósofo francês Albert Camus acreditava que o caos pode ser opressivo e que a ordem é necessária para nos proteger dele. Ele disse: "A ordem é o conforto da razão, mas o caos é a paixão da imaginação".

Em resumo, a relação entre ordem e caos é complexa e multifacetada. Ambos são necessários para a existência e o progresso. Como disse o filósofo inglês Francis Bacon: "A ordem e a progressão são duas coisas diferentes, assim como a carne e o espírito".