quinta-feira, 20 de abril de 2023

A Sombra da Loucura

Era uma noite gélida em Paris, no século 15, quando um jovem filósofo chamado Quasimodo caminhava pelas ruas escuras e estreitas da cidade. Ele estava absorto em seus pensamentos, refletindo sobre a natureza da existência e o propósito da vida.

De repente, algo estranho aconteceu. Quasimodo viu uma figura sombria e misteriosa se aproximando dele. A figura parecia estar envolta em sombras, seu rosto estava oculto em uma capa escura e em sua mão um candeeiro.

Quasimodo se perguntou se estava sonhando ou se finalmente sua mente havia o levado a lugares insondáveis. Mas a figura sombria se aproximou ainda mais, e Quasimodo pôde sentir sua presença assustadora e sobrenatural.

"Ao que devo a honra de sua visita?" perguntou Quasimodo, com sua voz trêmula de medo e curiosidade.

A figura sombria não respondeu. Em vez disso, ela apontou para uma pequena loja de antiguidades, que Quasimodo nunca havia notado antes. A loja parecia abandonada e desolada, mas algo estranho e inexplicável atraía Quasimodo para dentro.

Ele entrou na loja e sentiu imediatamente uma sensação estranha e opressiva. A loja estava repleta de objetos antigos e misteriosos, cada um contendo uma história estranha e sombria. Quasimodo sentiu como se estivesse em outro mundo, um mundo onde a lógica não se aplicava, seu corpo não parava de tremer de medo, ao mesmo tempo em que o confortava, um misto inexplicável de sensações inéditas.

Enquanto caminhava pela loja, Quasimodo fora levado por seus instintos até um livro antigo e mofado em uma prateleira empoeirada. O livro era escrito em uma língua estranha e desconhecida, mas Quasimodo sentiu um impulso irresistível de lê-lo.

Ele começou a ler o livro, e a cada página que virava, sentia-se mais e mais imerso em um mundo paralelo e sombrio. Ele não conseguia mais distinguir a realidade da ficção, seus pensamentos começaram a se confundir em uma neblina confusa e perigosa. Sentiu uma dormência estranha em seu corpo e parecia não estar mais fisicamente ali.

Quando Quasimodo finalmente levantou os olhos do livro, percebeu que a loja estava desaparecendo diante de seus olhos. Ele se encontrava agora em um lugar estranho e desconhecido, onde as leis da física e da razão não se aplicavam, Quasimodo não sentia mais emoção alguma e mal se reconhecia como pessoa. Perdeu totalmente o controle de sua mente e o vazio do desconhecido o tomou completamente.

Em sua mente não se passava absolutamente nada, porém em seu coração existia um questionamento instintivo,  aquela última gota de sanidade que não pertencia ao seu corpo físico, mas à alma. A questão era se algum dia encontraria o caminho de volta para casa, ou se estava fadado a vagar para sempre em um universo de vazio, solidão e loucura, mas que ao mesmo tempo o confortava e o abraçava como nunca mais havia sentido desde que saiu da barriga de sua mãe.

Teria Quasimodo tomado a decisão certa ao entrar na loja, influenciado pela figura sórdida e seu desejo insaciável por conhecimento?

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